Escolha das Madeiras de um Violão
Existem diversos fatores determinantes das qualidades sonoras de um instrumento musical. No caso dos violões e outros instrumentos de corda de madeira, são importantes características: formato, dimensões, estrutura interna do corpo (leques harmônicos), qualidade e estado de conservação das cordas, acabamento do corpo, habilidade do luthier que construiu o instrumento e madeira utilizada.
A madeira tem um papel importante na qualidade tonal do instrumento, fazendo do maior mérito na arte dos luthiers a habilidade de escolher a madeira mais apropriada para produzir instrumentos musicais com uma qualidade.
A tecnologia é capaz de inventar sintetizadores que substituam os sons extraídos dos instrumentos musicais convencionais. Todavia, por mais que muitos materiais já tenham sido testados, há uma grande variação no timbre do instrumento quando este não é feito de madeira. Assim, a maioria dos músicos prefere instrumentos feitos com matérias-primas originais, por suas propriedades acústicas moldadas pela natureza.
O tipo de madeira
Cada madeira tem um importante papel na tonalidade do timbre de cada violão.
É interessante notar que a madeira tem funções diferentes, dependendo da área em que será utilizada (tampo, laterais, braço, escala, fundo).
Vale relembrar que as principais madeiras usadas não representam todos os aspectos tonais do instrumento. Design, perícia do luthier e qualidade de cada peça da madeira utilizada também são fatores importantes.
Principais madeiras e suas características.
Abeto Alemão: preferida para tampos planos de violões, também utilizada em guitarras acústicas como as Ibanez signature de George Benson. É leve e tem veio apertado. Isto faz com que a madeira vibre bastante e ganhe projeção. A seiva dos veios, com o tempo, seca gradualmente aumentando sua ressonância e harmônicos agudos (o som “abre”).
Jacarandá Baiano: densidade média-alta, porosa, rica em grave e médios “aveludados” de excelente sustentação, comumente utilizada em laterais e fundo de violões e, principalmente, para construção de escalas. Tem cor escura com tons avermelhados, marrons e preto. O Jacarandá Baiano (brasileiro) é o mais cobiçado, porém sua extração está proibida desde 1969. Isso o torna bastante caro e cada vez mais rara.
Cedro Canadense: de aparência parecida com o mogno, mas de aroma diferente, de cor vermelha e escura, tem brilho, é leve e tem média densidade (0,46g/cm3). Bastante utilizada na confecção de tampos de violões, com grande projeção, tendendo a abrir o som quase imediatamente à sua construção. Encontrada na costa oeste dos E.U.A e Canadá.
Wenge Africano: de cor preta e listras marrom, é estável, pesada e dura. Indicada na construção de braços, principalmente combinados com outras madeiras como escala, também possível para corpo e escala, mas menos comum. De reputação timbrística notável, é considerada um artigo de luxo, devido a madeira estar em risco de extinção, com leis severas de proteção. Nativa de Camarões, Gabão, República do Congo e Guiné Equatorial.
Para mais informações sobre tipos de madeiras, suas características e aplicação no violão, favor entrar em contato com Luthier Marciano.